3P – Jogar não é Duelar
Temos nos acostumado, com o passar do tempo, a utilizar as palavras com sentidos tão abrangentes que nos perdemos em nosso próprio meio de comunicação. Não importando seu idioma pátrio, o ser humano em si tem se deixado deteriorar através da desvalorização da palavra.
Palavra tem força e isso significa que sempre se deve prestar atenção no que se está dizendo. Com muito mais freqüência do que se pode imaginar.
Um dos péssimos costumes que aprendemos é o de que todos que possuem baralhos (reais ou virtuais) e sabem meia dúzia de regras ou jogam uma dezena de partidas já podem se considerar duelistas.
Sequer conhecem o sentido da palavra, apenas repetem como papagaios empoleirados o que ouvem dizer: “Eu sou um Duelista.”
O caminho para ser um duelista de fato, começa na compreensão da sua relação com as cartas. Enquanto Jogadores apenas usam seus baralhos, Duelistas interagem com eles.
O baralho de um jogador é montado com o único objetivo da estratégia e constantemente trocado, chegando ao ponto de sequer terem um Side Deck.
O baralho de um duelista é exatamente a imagem dele adaptada para MD(Monstros de Duelo).
“As cartas refletem quem somos.” Estas é a definição do baralho de um duelista.
Afirmar que é um duelista te faz, automaticamente ser visto como um Cavaleiro no sentido correto da palavra, como os das Justas que seguem específicos Códigos de Honra. Então não se deve dizer que é alguma coisa se você sequer conhece o sentido. Tudo na vida tem uma raiz, uma origem. Nada foi criado agora. Vivemos em um mundo onde, constantemente idéias são recicladas, e por que não dizer: melhoradas. A isso chamamos de Progresso.
Se a idéia central se perde temos uma desvalorização de seu cerne e a idéia morre, deixando apenas uma casca. Nada impede que as coisas se modifiquem por necessidades justas à causa. O que não se pode perder de vista é que, nem sempre inovar significa algo realmente bom. E para o contrapeso temos outra palavra: Tradição.
Até mesmo o Movimento Escoteiro, criado por Baden Powell ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Escotismo ) consegue assimilar mudanças sem se perder. Desde que sejam estudadas à luz da razão e não somente por frisson de um mundo onde o interesse seja cada vez mais o dinheiro e os homens sejam tratados como máquinas.
Aprimorar conceitos é necessário. Mesmo porque tudo que fazemos e criamos aqui não é perfeito, visto que seus criadores não o são. Fazer de uma idéia uma filosofia e desta algo que consiga auxiliar uma pessoa a mudar. Duas e até o mundo, requer a colaboração de todos. Desde os mais incrédulos que se aproximam com o intuito de testar diretrizes, adeptos orientadores, até aqueles que realmente resolvem se engajar na causa.
Isso faz, não somente de 3P, mas do Escotismo, das Artes Marciais, da Medicina e de tantas outras atividades e instituições algo que devam ser encaradas de maneira séria.
Quando estivermos procurando algo na vida para nos identificar devemos fazê-lo com respeito, aplicação e dignidade para que tenhamos a oportunidade real de, posteriormente dizer a nós e aos outros, coisas definitivas e sérias sobre nós mesmos como: Adaptei-me àquela filosofia. Ou mesmo: Não me adaptei a ela.
De toda forma, sendo algo de origem e objetivos positivos, adaptando-nos ou não devemos sempre manter uma coisa: Respeito.
Respeito a seus costumes e também conceitos. Como citamos anteriormente ser um duelista não é simplesmente ter um baralho. É entender, em primeiro lugar o significado e peso de cada palavra da filosofia, jogo, filme ou o que quer que seja, que te faz dizer tal afirmação.
Quantos sequer acreditam realmente em uma energia à mais no jogo?
Quantos não vêem apenas figurinhas bonitinhas impressas em pedaços de papel?
Quantos sabem o significado real de montar um baralho?
Quantos sabem a diferença entre ser um jogador e um duelista?
E o pior de todos: quantos não se dizem duelistas e agem como verdadeiros moleques.
Se as perguntas acima te balançaram e se sentiu envergonhado, com a sensação de estar sendo vigiado, e ainda sim não acredita em nada do que leu, você definitivamente não tem uma das coisas que são necessárias para trilhar o caminho dos Três Pilares: Essência.
A outra? Seriedade.
A verdade dói e incomoda, mas você é um Jogador. Não um Duelista.